VINHOS COM VISTA PARA O MAR

Um Algarve por descobrir
03 mai 2019 min de leitura
O Algarve remete-nos, de imediato, para a atmosfera de sol e de praia, de comida mediterrânica e à beira-mar, de férias e saídas à noite. Mas, nos últimos anos uma série de projetos ambiciosos têm vindo a crescer obrigando-nos a olhar para esta região não apenas de um ponto de vista turístico como também enquanto referência e marca.
 
Costuma-se dizer assim que se chega ao Algarve que “cheira a mar”, mas esta região está a mostrar que não é só da vista que vive esta terra de costa. Se fossemos cheirar verdadeiramente o Algarve também cheiraria a figos, a alfarroba, a frutos vermelhos e tantos outros produtos naturais que estão a crescer em força nesta região.
 
Vinho no Algarve
 
Pois é, quando falamos em vinho desta região do sul ainda existem muitos pessoas que franzem a testa e erguem o sobrolho. Os vinhos portugueses mais conhecidos costumam estar sempre associados às regiões do Alentejo, Douro e da Península de Setúbal. Apesar de estes serem os locais que mais fama dão a esta bebida, o Algarve, ao longo dos últimos anos, tem apostado fortemente na qualidade dos vinhos e tem vindo a ser distinguido lá fora. A importância da vinha no sul português remonta à presença árabe, época em que já se cultivava e se exportava este néctar.
“Quinta dos Vales” é hoje um dos lideres da região
 
Foi quando se reformou, em 2006, que o alemão Karl Heinz Stock, decidiu apostar em Portugal e nas suas grandes paixões: o vinho e a arte. O antigo empresário do ramo bancário, dos combustíveis e imobiliário resolve, nesse ano, lançar-se na produção de vinhos comprando a Quinta dos Vales (QVD) uma propriedade de 44 hectares situada em Estômbar, concelho de Lagoa. O projeto resultou tão bem que hoje é um dos mais bem sucedidos e uma das adegas mais distinguidas da região, chegando mesmo a ser eleito durante três anos consecutivos “O melhor vinho do Algarve”.
 
Discover Galaxy
 
Nuno Magalhães, de 44 anos, é gerente e técnico de viticultura na empresa Discover Galaxy, situada na Quinta do Lagar, em Silves, e também conhecida pela prestação de serviços na viticultura e agricultura.
 
Mas, Nuno, explica que não foi fácil os vinhos algarvios chegarem até onde chegaram. “Quando cheguei ao Algarve tudo era novo. Os novos produtores de Quinta ainda estavam a aprender… a área da enologia ainda estava muito atrasada. Só conheci a Adega Cooperativa de Lagos e de Lagoa porque a de Portimão já tinha fechado portas. A má viticultura de grande parte dos agricultores, dificultavam logo à partida um bom sucesso nos vinhos primores. As criticas eram muitas, e em muitos casos os jornalistas classificavam os vinhos Algarvios impróprios para consumo. Rotulavam o Algarve para turistas, e chegaram-me a dizer uma vez que a região era muito quente para produzir vinhos de qualidade”, contou. Segundo o gerente da Discovery Galaxy , depois do Douro o Algarve poderá vir a ser “aquela região” porque acredita que o nome Algarve “é tão forte como o nome do nosso País” e os prémios internacionais falam por si.
 
“Ao contrário do que se pensa, em muitas vinhas ligeiramente afastadas do mar, temos ótimas amplitudes térmicas (por vezes mais de 16c), situação que nos permite ter uma boa maturação das uvas. Eu chamo muitas vezes o Algarve de Norte de África, não pelas altas temperaturas (nisso o Alentejo ganha aos palmos) mas sim por ser a região do País com maior número de horas de sol por ano”, explicou.
 
Nuno refere que o néctar desta região distingue-se “pelos aromas mediterrânicos e florais devido a proximidade de centenas de hectares de pomares de citrinos” e pelo Algarve ser “uma constante Primavera”.

Fonte: (a Sul in Algarve) https://asulgroup.wordpress.com/2019/02/02/vinhos-com-vista-para-o-mar/
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